quarta-feira, 15 de agosto de 2007

ATERRA QUE ALIMENTOU O HOMEM QUE CHEIRA MAL DOS OLHOS NÃO O MERECE


Nasci numa porção de terra periférica.

Por alguma razão, que me ultrapassa,

descontinuidade e vertigem

toldam-me os ossos,

outrora assíduos em cálcio.

Nego a terra que me alimentou.

A terra que me alimentou nega-me.

Esta zona de improviso não merece o homem que cheira mal dos olhos.

4 comentários:

Anónimo disse...

DEI COM ESTE BLOGUE POR PURO ACASO E CAPTEI LOGO DE IMEDIATO UMA IDENTIFICAÇÃO QUE GOSTAVA DE APROFUNDAR MAIS.ESTE PAÍS DE FACTO NÃO MERECE ALGUNS DE NÓS ( penso que foi esta a ideia expressa no poema ?
queira responder
obrigado

Fernando Jose Andrade disse...

de facto sr presidente
o sentimento é esse, não que nós sejamos seres extraordinários, trata-se simplesmente de sobrevivência...e neste momento estamos no limiar da pobreza moral.

Anónimo disse...

O nosso país tem um grave problema de mentalidade e de EDUCAÇÃO provocado pelos excessos do 25 de Abril, todos criticam e sabem disso, mas ninguém faz nada para mudar essa situação.
Temos um grave problema de identificação ! CG

joãoeduardoseverino disse...

No limiar da pobreza moral e no limiar da pobreza cultural económica e social.
Gosto dos seus poemas pela profundidade mística de um realismo que alguns pretendem que se mantenha obscuro e inacessível.