domingo, 21 de setembro de 2008

PERIGO



Falta-me este tempo inútil de gastar o que resta da juventude que arde urgente.


Resta-me o torpor opressivo de uma máquina que apaga todos os ruidos.


Proponho-me caminhar sempre enfrentando o perigo obsceno.


O homem que cheira mal dos olhos avança recuando.


quarta-feira, 10 de setembro de 2008

PEDRAS PAGÃS



Há um odor pagão em cada pedra baixada, que queima as narinas de quem tem a ousadia de as decifrar. Sempre as respeitei, as pedras. São infinitamente anciãs. Demasiado nobres para serem objecto de inventariazação.


O homem que cheira mal dos olhos ainda tem mais liberdade que as pedras das aldeias medievais sem gente.