Os dias, muito mais as noites,
na sua devastadora sucessão,
obrigam-me a um esforço tremendo,
para não cair na mediocridade.
Desde que caminho nesta dimênsão,
preso a um corpo que pesa
e que tresanda a morte,
sinto uma crescente admiração
pela massa anónima que sustenta o mundo.
O exército invisível marcha, frio,
executando o trabalho que ninguém quer,
mergulhado em ultrage,
gente sem ego nem som surround,
enganados até à medula,
traídos nas suas ilusões adsl.
Já dei por mim perfilando na canalha.
Já saí do rebanho em pânico e voltei a entrar derrotado.
Não passo de um eterno repetente.
O homem que cheira mal dos olhos sai sempre do rebanho !