terça-feira, 4 de setembro de 2007

O HOMEM QUE CHEIRA MAL DOS OLHOS BUSCA O SILÊNCIO


Lembro o saque de constantinopla de cristãos sobre cristãos,

algures, nos vergonhosos séculos da penumbra católica,

Lembro tambêm, que o homem nunca irá perder os seus instintos mais básicos,

apesar da ditadura carnívora dos economistas

querer nivelar todo o humano num algorítmo.


Esqueço para aquilo que vim.

Esqueço todos os meus fundamentos.

Esqueço quem me sorriu quando eu dormia.


Desconfio do céu que me cobre e refugio-me nos vales profanos,

onde as bruxas não se maquilham.


O silêncio,

de e para,

é tudo o que o homem que cheira mal dos olhos busca.

1 comentário:

Anónimo disse...

O Filho do Homem é Aquele que nasceu. No meio do cheiro fragrante do esterco e muita palha. Enrolado em panos, no bafo morno do burro e da vaca, na manjedoura do estábulo, onde o anjo espalhou as cinzas. Por isso "Ele está no meio de nós", ...onde cada prego e corrente em sangue, o espinheiro agreste cravado na cabeça do Rei, é a corrente renovada do saque de Constantinopla onde os homens mirram ao invés, no avesso da expiação... E sem a síntese que revela corpo e alma, o logos não centra a força porque é uma contradição que ignora a contradição... palavra inane e voz muda descentrada no deserto crescente, oposta ao Baptista. Esta é a forma da diferença inatingível, por maior que seja o esforço. KATH' OLON ALETHS é a marcha contínua que ninguém no meio de nós sabe conter... nem mesmo o som tortuoso da sílaba.

Miguel Vidal