segunda-feira, 22 de outubro de 2007

NENHUMA RIQUEZA PODE COMPRAR O HOMEM QUE CHEIRA MAL DOS OLHOS


Difícil é ignorar.

Fingir que não se sente o seu arfar.

Hálito podre e vidas desperdiçadas.


Fácil é concordar.

Registar-se no clube dos cúmplices.

Projecto falhado em nome do conforto.


Um prêço altíssimo,

o que têm de pagar

para experiênciar

o cortejo da minha alma vendida.


No leilão-limbo dos queixumes,

zona perigosa dos que não viveram

e não deixaram viver,

ergo, majestosa, a minha indiferença.


Ainda não se juntou tamanha riqueza no mundo

que possa comprar o homem que cheira mal dos olhos .



1 comentário:

Anónimo disse...

Será que "O homem que..." não faz parte do todo que é a humanidade? Tornar-se invisível parece apenas uma fuga, um movimento que nada tem de novo, de criador para a humanidade. Fugir do "rebanho" é deixar de ser cúmplice? E ele tem um preço, altissímo, mas tem preço. Qual será esse preço?