quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

A TROMBETA DO RENDER DA NOITE!


Na demanda obsessiva, apesar das pausas crepusculares,
o caminho era consumado olhando para a frente, rumo sempre para além de cada montanha.
Na surpresa do para lá, fortaleza natural, realidades exóticas apareciam,
e aquela sensação sempre estranha de algo que não está configurado nas nossas memórias.
Tudo muda:
o pó e a coloração da luz quando o atravessa;
o aroma fétido dos insectos decompostos;
a areia pesada;
as pedras órfãs da rocha mãe;
os arbustos rastejantes;
a ausência de abelhas;
e a trombeta divina que anuncia o render da noite.
O homem que cheira mal dos olhos escutou, mesmo nas breves passagens da vigília para o sono, o ressoar do canto do galo.
O galo da infância, das noites vestidas de efabulações de plasticina.
Cantar, cantar sempre, cada minuto, cada hora, cada noite,
mesmo sabendo que não existia nenhum macho nas redondezas.
O homem que cheira mal dos olhos presta homenagem,
aos galos pronunciadores,das auroras esperançosas!