Ninguém mais perguntou, nas esquinas do tempo,
onde paira o sacrificado pelo Império,
judeu Jesus, o de Nazaré?
Sonegado e esquecido, estafermo cão com sarna.
O homem que cheira mal dos olhos vai pisando o chão que o diabo armadilhou, em mil minas de tentações.
Com uma perna esmagada, arrastando pela urze, o viajante deixa um rasto de sangue coalhado, que se mistura, em cada passo, com o leite espesso das urtigas pisadas. Outra perna irá nascer...foi sempre assim, carne nova que irrompe em dor, reforçando a sua vontade em nascer e recuperar o vínculo perdido.
Pode o homem que cheira mal dos olhos sobreviver ao momento do nascimento?